segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Chuva


Escreveria algo bom , bonito, doce e romântico. 
Mas olha, está ventando, o sol não brilha com essas nuvens cobrindo-o, 
está seco faz meses,  voa poeira na minha direção, e não chove, incrível. 
Nenhuma gotinha esse céu infinito chora. E eu gosto tanto da chuva, 
dessa sensação de tranquilidade e bem estar que ela traz. 
Gosto do jeito que ela tira a raiva que me sufoca. 
E parece que está tão perto de eu conseguir alcançar, 
mas já faz tanto tempo que eu não vejo, 
que as vezes me faz perder a esperança.

E não, essa descrição não se refere somente ao tempo. 

sábado, 18 de setembro de 2010

O filho que eu quero ter


É comum agente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer. 
Pois eu também dei de sonhar, um sonho lindo de morrer. 
Vejo um berço, e nele eu me debruçar, com um pranto a me correr. 
E assim, chorando, acalentar, o filho que eu quero ter. 
Dorme meu pequenininho, dorme que a noite já vem. 
Teu pai está muito sozinho, com tanto amor que ele tem. 
De repente o vejo se transformar, num menino igual a mim.
Que vem correndo me beijar, quando eu chegar, lá de onde eu vim. 
Um menino sempre a me perguntar, um porquê que não tem fim. 
Um filho a quem só queira bem, e a quem só diga sim. 
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem. 
Teu pai está muito cansado, de tanta dor que ele tem. 
Quando a vida, enfim, quiser me levar, pelo tanto que me deu. 
Sentir-lhe a barba me roçar, no derradeiro beijo seu.  
E ao sentir também sua mão vedar, meu olhar dos olhos seus. 
Ouvir-lhe a voz a me embalar, num acalanto de adeus. 
Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer, 
teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer ter.

Vinicius de Moraes  

domingo, 12 de setembro de 2010

Pequenos Pensamentos



Adolescentes - tem energia e tempo, mas não tem dinheiro.

Adultos - tem dinheiro e energia, mas não tem tempo.

Idosos- tem tempo e dinheiro, mas não tem energia.

Aproveite, você nunca terá Tudo o que você quer.


Por Mariana F.

sábado, 11 de setembro de 2010

Idiota


Hoje, quando me olhei no espelho de manhã, reparei um pouco mais na pessoa refletida. Fiz uma constatação. Eu sou idiota! Isso mesmo, sou completamente idiota. Mas não pense que eu tenho vergonha disso. Nos dias de hoje, ser idiota é um presente.
Os idiotas de hoje são aqueles que conseguem sorrir quando o momento de dor vem. São aqueles que ainda dizem Eu Te Amo olhando nos olhos, valorizam um abraço amigo, e gostam de andar de mãos dadas. Idiotas acreditam num sentimento verdadeiro, ainda esperam encontrar um amor perfeito, que escrevem poesias e textos clichês, e mandam flores. Idiotas são românticos. Mas românticos de verdade, totalmente melosos, e não se envergonham disso. São aqueles que se permitem chorar quando o amor vai embora, quando a amizade acaba, ou até quando o filme, ou a música emociona. Cantam músicas de amor como se fossem hinos da própria vida, mesmo porque para corações apaixonados - como o dos idiotas - são. Idiotas são sentimentais, se magoam com a menor briga e lutam para voltar a tudo ser como antes. Idiota pede desculpa até mesmo quando não erra, pede a permissão para a menor coisinha, da bom dia, boa tarde, boa noite. É o indivíduo que sempre pergunta 'precisa de alguma coisa?' 'tá tudo bem?' 'como você tá?' . É aquele que não esquece nem do amigo que não dá mais notícias, lembra da infância e fica recordando como era bom. Idiota ri de si próprio, que brinca de descobrir desenho em nuvem, anda descalço e adora tomar banho de chuva. Que chora com a briga de amor - na realidade chora por quase tudo - e que a cada briga pensa que o mundo acabou, mas que logo perdoa, e fica tudo bem. Idiota, mesmo nesse mundo do jeito que é, insiste em ser sincero. Que estende a mão para ajudar quem for, e que sempre acaba fazendo o bem, sem nem saber para quem está fazendo. Idiotas se preocupam, se arrumam e se enfeitam para encontrar com a pessoa amada. Querem estar sempre bonitos, nem que seja só para ir na padaria. Idiotas se divertem. Idiotas tem amigos. Idiotas amam. Idiotas são felizes.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Careta




E eu sou muito careta. Digo que sou descolada, in, tenho meus momentos I Don't Care, fico até altas da noite no computador, tomando aquele capuccino bem forte.
Mas no fundo, sou careta. Digo que vou ter um emprego bem pago, morar em um apartamento - duplex, parece mais chique- ter um cachorro, ficar longe dos pais, talvez fazer intercâmbio em um desses países pouco conhecidos.
Mas lá no fundo, no fundinho, sou careta. Acredito no amor, em ter filhos- é filhos, um casal, lembra? - e fico pensando nos nomes, combinando os sobrenomes, o seu do lado do meu, só para ver se fica legal.
Sinto aquele frio na barriga, quero aquelas antigas palavras meigas sussurradas no canto do meu ouvido, e quero também que você me olhe e diga baixinho,  quase sem palavras, que me ama.
Quem não é careta?
Poder ficar deitada ao seu lado, somente te olhando, e você passando a mão no meu cabelo, e eu segurando sua mão, como se soltando-a eu fosse perde-lo.
Ficar horas no telefone e não querer desligar depois - mais careta que isso?- e sentir aquela saudade mesmo depois de te ver.
Já fingi que não acreditava no amor, e já espalhei para os quatro canto dos mundo que isso não existe e que desperdiçar nossa vida com o amor é balela.
Mas como todo mundo sabe, esse amor meche com as nossas idéias mesmo.