quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ao acaso no bar

" O que eu estou fazendo aqui?":
eu pensava enquanto dirigia com as minhas amigas para o bar.Eu só queria estar de pijamas, em casa, ver um filme triste, chorar muito no final, lembrando-me de que estou sozinha, que ele foi embora, e sentir o cheiro dele - que nem estava mais lá- na camisa que havia deixado, no canto esquerdo da minha cama.
Mas não! Naquela sexta-feira chuvosa, minhas amigas me arrastaram  para o bar, depois de uma aula chata, com uma professora chata. Fui entrando um pouco tímida no meio daquelas risadas escandalosas das minhas amigas escandalosas, mas meu pensamento longe.
Talvez só de raiva, ficaria bebada essa noite, e acendesse com muito charme um cigarro - não que eu fizesse essas coisas - só para me convecer que não penso mais nele, e o tirar da minha cabeça. De repente algo me tirou dos meus pensamentos meio avoados, e me chamou atenção na porta do bar. Uma voz suave cantava qualquer coisa que eu não entendia no momento em inglês, e tocava um violão parecendo um anjo, com a paixão de quem tocava para uma namorada. Assim, suave, mas meio que feroz. Daquele jeito que gostaria de ser tocada, pensei.
Ele me notou também, e nossos olhos se cruzaram. Eu sorri debilmente, e ele, com uma cara angelical, entre as palavras magníficas que saiam daquela boca. E de repente começei a amar aquele lugar, amei minhas amigas, amei ter resolvido sair com a minha calça mais bonita e ter passado maquiagem.
Pedi Tequila, e fiquei sentada na mesa fingindo que não desejaria estar em outro lugar, apesar de ser verdade naquele momento. Olhava discretamente para ele, e suas canções eram exatamente minha trilha sonora.
Depois de um tempo, uma eternidade até, ele parou de tocar, foi na minha mesa, e sem cerimônia alguma, sentou ao meu lado. Conversamos sobre coisas bobas. Nos beijamos.
Ele me levou para casa. E subitamente , minha vida tinha outra melodia.
Viva ao acaso.


mariana f.

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